5 carros bonitos que foram um fiasco

Nem sempre os projetistas de carros de corrida estão preocupados com a beleza dos seus projetos. Mas às vezes acontece de saírem belos carros das pranchetas. O problema é quando o desempenhos não é tão belo…

Ferrari F92 – 1992

Considerada por Luca di Montezemolo como um dos três carros mais belos já produzidos pela Ferrari, a F192 foi também um dos maiores fiascos da história da casa de Maranello. Com suas entradas de ar inspiradas em caças da Força Aérea Italiana, o carro contava com o famoso V12 da Ferrari, capaz de gerar quase mil cavalos de potência.
Mas o chassi era desequilibrado demais para domar tanta cavalaria e o carro ficava mais tempo fora da pista do que dentro dela. Além disso, a Ferrari ainda deu azar de pegar Ivan Capelli em final de carreira, totalmente fora de ritmo e envolvendo-se em acidentes bizarros.
Coube a Jean Alesi salvar a honra do F92, marcando dois terceiros lugares, um na Espanha e outro no Canadá. Capelli foi substituído por deficiência técnica no final da temporada. Em seu lugar, correu Nicola Larini, que não fez nenhum milagre.

Ferrari F310 – 1996

A primeira Ferrari de Michael Schumacher empolgou muita gente na apresentação. Com um estilo totalmente diferente dos demais carros da época, a F310 chamava a atenção pelas laterais altas e a frente baixa, contrariando a tendência da época.
Mas, como de costume nos projetos de John Barnard, o carro foi entregue há apenas 3 semanas do GP da Austrália, prova de abertura da temporada. Não houve tempo para testes.
E o carro era tão mal feito, que Schumacher e Eddie Irvine eram obrigados a abaixar a cabeça nas retas (!?!?!?) para evitar que seus capacetes bloqueassem a entrada de ar do modelo. Um horror.
Ainda assim, devido à sua capacidade incrível, Schumacher venceu três provas naquele ano. Mas uma foi debaixo de uma tempestade, e as outras duas foram obtidas com um modelo B da F310, feito às pressas para corrigir as deficiências.

Penske PC27 – 1998

Encarando um jejum de 3 temporadas sem títulos, a Penske resolveu inovar em 1998 e trouxe para a Indy um conceito que já era popular na Fórmula 1: a aerodinâmica mais fina e trabalhada dos monopostos europeus, combinada com um bico alto que favorecia a passagem do ar na parte de baixo do bólido.
O carro era lindo, mas uma verdadeira porcaria. Somente Al Unser Jr. conseguiu alguns brilharecos durante o ano, como o segundo lugar em Motegi, no Japão. Mas todos os resultados razoáveis foram conseguidos quando Al bateu o pé e exigiu correr com o modelo de 97. Ou seja, o PC27 era uma merda sem tamanho.
Além disso, a Penske tinha, além de um Little Al cada vez mais gordo e cansado, o brasileiro André Ribeiro, mais preocupado com os negócios do que com os resultados na pista. O resultado foi uma das piores temporadas da equipe de Roger Penske.

McLaren MP4/19B – 2004

Depois de uma boa temporada em 2003, a McLaren resolveu usar uma versão híbrida do carro daquele ano, no início de 2004. A promessa é de que o modelo MP4/19B estrearia ao longo da temporada e seria o bicho papão do ano.
Quando surgiram as primeiras fotos, a empolgação foi geral. Com uma frente afilada e as laterais mais compactas, o carro parecia bem mais leve e ágil do que os concorrentes.
Mas os testes iniciais foram um fiasco e Adrian Newey, o projetista, precisou de tempo extra para corrigir as deficiências do carro. A estreia ocorreu somente na segunda metade do campeonato.
E o desempenho não foi nada demais. O MP4/19B conseguiu uma única vitória em sua curta história na F1, com Kimi Raikkonen, no GP da Bélgica. Já Coulthard, em seu último ano na McLaren, conseguiu um modesto quarto lugar na Alemanha como melhor resultado.

Honda RA 107 – 2007

Depois de conseguir sua primeira vitória na F1, em 2006, a Honda perdeu o patrocínio dos cigarros Lucke Strike para o ano seguinte. A equipe, então, decidiu radicalizar.
Apresentou o RA 107 sem nenhum patrocinador, pintado com uma espécie de foto do planeta Terra. Embora exótica, foi uma das pinturas mais marcantes e bonitas da história da categoria.
Mas o carro… Desequilibrado e sem nenhuma potência no motor, o RA 107 foi um dos fiascos mais retumbantes da F1. O resultado foi que Jenson Button marcou apenas 2 pontos para a equipe enquanto Rubens Barrichello passou o ano em branco, situação inédita em toda a sua carreira, contando inclusive com seu ano de estreia na F1.