5 coisas que só podiam acontecer com Barrichello

Rubens Barrichello disputou 323 corridas de Fórmula 1, conseguindo 11 vitórias, 14 poles, 68 pódios e dois vice-campeonatos. Não é pouca coisa.
Mas o que marcou Rubinho em seus quase 20 anos de F1 foram as vezes em que o azar agiu de forma implacável, produzindo situações inacreditáveis. Ocorrências que foram potencializadas pelas sempre hilárias entrevistas dos piloto, carregadas de frases de efeito e de uma vitimização sem fim.
Goste-se ou não, Rubens Barrichello foi um grande personagem, que faz uma enorme falta à F1 atual. Veja, abaixo, 5 coisas que só poderiam ter acontecido com ele.

GP da Hungria 1995 – Parada a 200 metros da bandeirada

A temporada de 95 vinha sendo cruel para Rubinho. Carregando nos ombros o peso de substituir Ayrton Senna no coração da torcida brasileira, Barrichello recebeu das mãos da Jordan um carro pesado, desajeitado e difícil de acertar. O J195 contava com um câmbio de 7 marchas, revolucionário na época, mas também tinha um motor Peugeot que, embora potente, era frágil e consumia milhares litros de gasolina por segundo.
Com isso, Rubinho fazia uma temporada ruim até que chegou o GP da Hungria. Uma prova cheia de abandonos que colocou o Jordan nº 14 em terceiro, há cinco voltas do final. Mas aí, na última curva, o carro apagou devido a um problema na válvula pneumática. Rubinho ainda tentou chegar no embalo mas, há cerca de 200 metros da bandeirada, foi superado por Berger, Herbert, Frentzen e Panis, terminando na sétima posição, sem um pontinho sequer.

GP da Europa 1999 – E o vencedor é… Johnny Herbert!

Em seus dois primeiros anos como dono de equipe, Jackie Stewart lutou apenas para marcar alguns pontinhos. Mas em 99 a equipe conseguiu fazer um bom carro e, com ele, Rubens Barrichello produziu atuações de gala. Liderou corridas, brigou por vitórias, duelou entre as equipes grandes e conseguiu pódios. A primeira vitória da Stewart era questão de tempo. E tinha que vir com Barrichello.
No GP da Europa, uma corrida complicada, vários pilotos abandonaram devido ao mau tempo. De repente, nas últimas voltas, surge o Stewart branquinho na frente de todos. Só podia ser Barrichello! Mas não…
Johnny Herbert, um experiente inglês que fazia uma temporada bem menos glamourosa do que a do brasileiro surgiu para vencer a prova e possibilitar que Sir Jackie subisse ao pódio como dono de equipe pela primeira vez.

GP do Brasil 2001 – Rubinho >>>> Usain Bolt

Quem já foi a alguma corrida de F1 sabe que os pilotos têm direito a uma ou duas voltas na pista, antes de levar o carro para o grid de largada. E existe um prazo para deixar os boxes, antes da largada.
Este é um momento em que raramente ocorrem problemas mecânicos, a não ser que o piloto seja Rubens Barrichello. A Ferrari F2001 parou logo após a curva do lago, com problemas hidráulicos. 
Precisando chegar rápido aos boxes para pegar o carro reserva (acertado para Michael Schumacher), Rubinho saiu correndo feito Usain Bolt, com a torcida indo ao delírio nas arquibancadas.
Ele chegou ao box, pulou dentro do carro e saiu da garagem faltando 10 segundos para o encerramento do prazo, transformando as arquibancadas do autódromo em um estádio de futebol. Aí, na largada, Barrichello perdeu o ponto de frenagem no fim da reta oposta, acertando em cheio a traseira de Ralf Schumacher e ficando fora da corrida.

GP da França 2002 – Me tirem daqui!

A Ferrari tinha um carro tão melhor do que os outros na temporada de 2002 que Michael Schumacher poderia se sagrar campeão no GP da França, que marcava a metade da temporada!
Seu único “adversário” era Rubens Barrichello. Mas o alemão não teve com o que se preocupar. Na volta de apresentação, a Ferrari deixou o F2002 suspenso pelos cavaletes, enquanto todos os outros carros saiam para a largada. Rubinho acabou abandonando sem ter uma explicação mais detalhada sobre o problema. Para os teóricos da conspiração, foi um prato cheio.  E a imagem do carro suspenso no grid de largada é tragicamente hilária.

GP do Brasil 2003 – Finalmente um vencedor brasileiro em Interlagos? Humm, não…

O GP do Brasil de 2003 foi um dos mais confusos e acidentados da história. A drenagem da curva do sol estava uma lástima e vários pilotos escorregaram na pista molhada, indo parar nos pneus. Dentre eles, Michael Schumacher.
Tudo isso resumiu a disputa pela ponta a um duelo eletrizante entre David Coulthard e Rubens Barrichello. O escocês não resistiu à pressão do brasileiro e errou na entrada do S do Senna. Faltavam apenas 20 voltas para o final e a torcida foi à loucura: finalmente havia chegado o dia da primeira vitória de Rubinho no Brasil, 10 anos após a última vitória brasileira em Interlagos.
Mas aí… A F2003GA passou pipocando pela reta oposta e apagou logo depois da curva do sol. Inacreditavelmente, uma falha nos computadores deixou a Ferrari sem um controle preciso da quantidade de combustível que Rubinho tinha no tanque. E o carro ficou sem gasolina!

E aí, você lembra de mais um azar inacreditável deste sensacional piloto brasileiro? Então participe deixando seu comentário!