5 interpretações curiosas de regulamento

Umas das coisas mais legais do automobilismo, especialmente na Fórmula 1, é acompanhar o trabalho dos projetistas em busca das melhores soluções. Com o passar dos anos, os regulamentos foram ficando cada vez mais apertados e, por isso, a turma das pranchetas precisa estar sempre em busca de brechas, para ganhar segundos preciosos na pista.
Veja 5 vezes em que os projetistas interpretaram o regulamento de um jeito curioso, e produziram algumas máquinas fantásticas e outras nem tanto:

Tyrrell P34




Pilotos: Patrick Depailler, Jody Scheckter e Ronnie Peterson
Projetista: Derek Gardner
A temporada de 75 não estava sendo muito fácil para a Tyrrell: contando com um motor Cosworth com 50 cavalos a menos que os adversários, a equipe vinha perdendo terreno a cada prova.
O projetista Derek Garder apareceu, então, com uma solução bastante inovadora, para ser aplicada no ano seguinte: um carro com duas rodas a mais na dianteira. O objetivo de Gardner era ganhar aderência em curvas de alta, para compensar a falta de velocidade do carro em retas.
Nos primeiros testes, de fato, o projeto batizado de P34 mostrou que poderia funcionar. O próprio Emerson Fittipaldi aproveitou para seguir os carros de Scheckter e Depailler em suas primeiras saídas de pista e ficou impressionado com a aderência dianteira do modelo.
Animado, Ken Tyrrel autorizou que o P34 fosse para a pista na temporada de 76. E, neste primeiro ano, a coisa até que correu bem.
A equipe conseguiu uma vitória com Scheckter na Suécia, em uma prova marcada pela chuva forte. O Sul-Africano conseguiu chegar ao terceiro lugar no campeonato e Derek Gardner achou que o projeto poderia ser melhor desenvolvido em 77.
Mas o P34 logo se mostraria inviável, por três fatores principais:
  • Pneus: como eram menores do que os pneus dianteiros convencionais, os compostos do P34 aqueciam mais do que o normal, gerando desgaste prematuro. O carro ia bem em treinos e no início das provas, mas depois ficava para trás.
  • Custo: a Goodyear concordou em produzir pneus especiais para a Tyrrell, mas cobrou uma baba por isso. Sem resultados, não havia como pagar a fornecedora.
  • Paradas de box: é incrível que Gardner não tenha pensado nisso, mas o P34 demorava mais tempo nos boxes na hora de trocar pneus, pelo simples motivo de ter duas rodas a mais na frente.

Assim, ao final de 77, o Tyrrell P34 foi aposentado, tornando-se parte da história do automobilismo.

McLaren Mp4/10




Pilotos: Mika Hakkinen, Nigel Mansell e Mark Blundell
Projetista: Neil Oatley
Em 1995 a McLaren daria início a parceria com a Mercedes Benz que, no futuro, renderia muitos frutos. Mas, no primeiro ano, a coisa foi meio complicada.
O regulamento daquele ano foi mudado para evitar que acidentes como o que matou Ayrton Senna se repetissem. Os carros tiveram seu downforce diminuído, para reduzir a velocidade nas curvas. Um dos itens que mais foi modificado foi a asa traseira, mais baixa e larga.
O projetista Neil Oatley entendeu que o regulamento limitava as medidas da asa traseira, mas não falava nada sobre a instalação de aerofólios extras no carro. Ele, então, não teve dúvidas: espetou uma asa auxiliar sobre a carenagem que cobre o motor, tentando dar mais estabilidade ao carro.
Infelizmente, a traquitana não adiantou absolutamente nada. Tanto que foi abandonada a partir do GP do Canadá, naquele ano. Oatley deveria ter se preocupado mais em projetar um carro adequado às necessidades dos seus pilotos já que Nigel Mansell não cabia no cockpit do Mp4/10. O Leão disputou apenas duas provas, mal conseguiu se manter na pista, e aposentou-se da F1 de forma melancólica.
Nota do blog: pouca gente concorda comigo, mas esse carro era bonito pra cacete.

Ferrari F300

Pilotos: Michael Schumacher e Eddie Irvine
Projetista: Rory Byrne
A função do aerofólio traseiro é manter a traseira do carro grudada no chão, para lhe dar mais estabilidade tanto em retas quanto em curvas. Para isso, o carro precisa de muito ar passando por ali.
Rory Byrne, lendário parceiro de Michael Schumacher em todos os seus títulos, teve uma ideia genial para solucionar os problemas de estabilidade do F300 da Ferrari, que vinha apanhando da McLaren em 1998.
O cara simplesmente pegou os escapamentos do carro, que sempre ficavam na parte de baixo, e os moveu para a parte de cima da carenagem. Assim, o ar que saía do motor seria jogado direto na asa traseira, auxiliando o vento natural a fazer o trabalho de manter o carro grudado ao chão.
E engenhoca deu tão certo que Schumacher recuperou o terreno perdido na temporada e levou a disputa do título até a última prova, quando acabou perdendo para Mika Hakkinen. Mas até hoje os escapamentos de carros de F1 são instalados na parte de cima da tampa do motor.

Brawn BGP 001




Pilotos: Jenson Button e Rubens Barrichello
Projetista: Jorg Zander
Construída sobre o espólio da falida Honda, a Brawn GP teve apenas um ano de Fórmula 1, antes de ser vendida para a Mercedes. E que ano! Assim que os carros branquinhos foram para a pista, todo mundo notou que algo parecia estar errado no BGP 001, extremamente estável e rápido em curvas. Tanto que Rubens Barrichello quebrou o recorde de Barcelona logo no primeiro teste do modelo.
Mas não havia nada errado. O projetista Jorg Zander decidiu explorar melhor o assoalho do carro e instalou um difusor duplo para prender o modelo ao chão com a ajuda do próprio ar. O difusor é uma peça que serve para canalizar o ar que vem pela frente do carro, fazendo com que o fundo do monoposto funcione como uma asa de avião ao contrário, prendendo o carro no chão.
Zander percebeu que o novo regulamento da F1 não citava quantos difusores um carro poderia ter e criou um novo canal para que o ar passasse em dobro pelo assoalho. Com isso, o BGP 001 fazia curvas de alta e baixa sem se mover, completamente estável.
Assim, Jenson Button faturou seu primeiro título na F1 e Rubens Barrichello conquistou a última vitória do Brasil na categoria, no já longínquo GP da Itália de 2009.

McLaren Mp4/25

Pilotos: Jenson Button e Lewis Hamilton
Projetista: Paddy Lowe
O que a Ferrari fez com o ar que saía dos escapamentos em 1998 pode ter inspirado a McLaren, 12 anos depois. Mas a equipe inglesa adotou uma engenhoca bem mais estranha e, por incrível que pareça, eficaz.
A equipe instalou um duto de ar na frente do Mp4/25. Quando entravam na reta, Button e Hamilton tapavam um buraco com o joelho esquerdo e isso desviava o vento que vinha em alta velocidade para um cano, que o direcionava para o aerofólio traseiro.
Assim, a asa se abaixava e o carro ganhava mais velocidade na reta. Sem querer, a McLaren inventou o conceito de asa móvel, que seria adotado no ano seguinte.

O sistema fez tanto sucesso que a Ferrari implantou algo semelhante. Mas a traquitana dos italianos precisava ser acionada com as mãos e Alonso e Massa passaram a ser obrigados a dirigir com uma mão só nas retas. A FIA logo interviu e proibiu o equipamento da Ferrari, por causa da falta de segurança. 

Israel vence a primeira na Copa BH de Kart e prova que existe mesmo

Pódio antes das punições: Israel (1º), Marco Antônio (2º), Ronan (3º), Scopim (4º) e Rogério (5º)
No ano passado ele estava inscrito na Copa BH de Kart, mas ninguém viu. Seu nome estava nas listas de largada, mas seu kart não ia para o grid. Em 2017, a direção da MeliuzNeurocing deu o ultimato: ou caga ou sai da moita, meu filho. E ele cagou bonito.
Israel venceu de forma brilhante a 2ª etapa da Copa BH de Kart 2017, após uma disputa acirrada com Marco Antônio. A briga foi tão intensa, mas tão intensa, que os dois fizeram exatamente o mesmo tempo em suas melhores voltas, o que é um espanto. Marquinho chegou a liderar, mas foi superado no final e terminou na segunda posição.
Ronan terminou a prova em terceiro e assumiu a liderança do campeonato com 2 pontos de vantagem para Bruno Aleixo. O pódio ainda teve o campeão Bruno Scopim em 4º e Rogério, que largara na pole, em 5º. No resultado oficial, Scopim perdeu o 4º lugar após ser punido pela Comissão Organizadora. 
Logo no começo da corrida, Rogério disparou na liderança. No pelotão de trás uma zona generalizada segurou praticamente todos os pilotos, gerando uma punição para Gustavo, que largou em segundo.

Com isso Rogério, o dublê de Jaspion, abriu uma enorme vantagem. Mas os adversários começaram a encostar assim que se livraram da confusão e nem mesmo os superpoderes da espada samurai impediram que Rogério perdesse a ponta. O piloto ainda tentou um plano B, lançando um casco de tartaruga para tentar acertar os oponentes, mas errou a mira e ainda perdeu moedas de ouro que ficam flutuando no ar. Uma loucura.  

Mais atrás, Bruno e Rodrigo suaram para conseguir ultrapassar Leandro, que descobriu uma curiosa habilidade: a de pilotar três karts ao mesmo tempo, bloqueando toda a pista e impedindo a ultrapassagem dos adversários. Enquanto isso, Marcelo, intoxicado pela fumaça que inalou do kart fumegante de Hélio, entrou um pouco tonto na pista e acabou se metendo em uma confusão com Scopim, levando a pior. Scopim acabou punido pela comissão organizadora, perdendo o 4º lugar ao final da prova. 
Quem não tem muitos motivos para comemorar é Júlio. Ocupando a 4ª posição, que lhe daria a liderança do campeonato, o piloto da MMAP Racing decidiu partir para cima de Ronan, tentando subir para 3º. Sem conseguir passar pela pista, Júlio se lançou na grama, tentando criar uma trajetória inédita na história do automobilismo. Infelizmente, o revolucionário traçado acabou derrubando-o para a 9ª posição, o que gerou choros e lamentações no box da equipe.
A Copa BH de Kart volta no próximo dia 27/04, com a 3ª etapa do campeonato!
Classificação Final
1º) Israel Meliuz – MeliuzNeuroracing
2º) Marco Antônio – Hackers
3º) Ronan Emediato – SpeedDog
4º) Rogério Policarpo – KZ Racing Team
5º) Bruno Aleixo – Esquadrilha dos Aloprados
6º) Leandro Lélis – Scuderia KIP
7º) Rodrigo Marques – Sitor Racing
8º) Bruno Scopim – Sitor Racing *
9º) Júlio Gervásio – MMAP Racing
10º) Marcelo Maia – Hackers
11º) Flávio Leocádio – DNA Racing
12º) Flávio Rodrigues – North Racing
13º) Alexandre Motta – SpeedDog
14º) Rodrigo Soares – Scuderia KIP
15º) Matheus Duarte – Duarte Motor Racing
16º) Luis Fernando – DeLorean Team Racing
17º) Juliano Schmitberger – North Racing
18º) Hélio Pedroli – MMAP Racing
19º) Rodrigo Kleinpaul – Meliuz Neuroracing
20º) Alexandre Soares – Racing Fast
21º) Gustavo Duarte – Duarte Motor Racing *
22º) Douglas Rodrigues – DeLorean Team Racing
23º) Diego Moreira – KZ Racing Team
24º) Leonardo Assis – Maverick Racing Team
25º) Leonardo Soares – Maverick Racing Team

26º) Eduardo Braga – Racing Fast
* Pilotos punidos pela comissão organizadora, por manobra antidesportiva
Melhor Volta
Bruno Scopim – Sitor Racing (1:05.633)

Classificação do campeonato
http://pentagrama.homeip.net:9001/homologacao/kartmobile/

Vídeos da corrida

Marco Antônio

Júlio Gervásio